segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Come - Prince


Álbum - Come
Artista - Prince
Ano - 1994
Não sei se é por preconceito ou por falta de noção, mas, no Brasil, muitas pessoas não nutrem muita simpatia pelo controverso Prince. Mas, para quem gosta, é difícil não amar qualquer de seus álbuns. Esse e o meu caso. “Come” foi negligenciado comercialmente pelo próprio artista sob a alegação de já ser um material velho (gravado em 1993), pois o “maluco” queria lançar ao mesmo tempo “The Gold Experience”, que já estava pronto, com um símbolo impronunciável no lugar de seu nome  . Mesmo assim, músicas como “Letitgo” e “Spaces” foram muito bem aceitas por seus fiéis discípulos. Não precisa nem dizer que os vocais são incríveis, as guitarras sensacionais, os arranjos impecáveis, as grooves geniais, as composições retumbantes, a gravação magnífica, e muito mais. Prince é conhecido pelo seu alto grau de envolvimento e perfeccionismo, e mesmo nesse momento tão fecundo de sua carreira, onde ele escreveu um musical, um livro e “trocentas músicas” ele não deixa nenhum furo. Desafio alguém a me convencer da inferioridade desse material.

Coming Around Again - Carly Simon


Álbum - Coming Around Again
Artista - Carly Simon
Ano - 1987
Misturando sintetizadores, jazz, folk, blues com um vocal inconfundível, Carly Simon se reinventa e desponta entre os mais da Bilboard novamente. “Coming Around Again” não é uma obra destinada aos devotos mais ortodoxos da cantora, e por ser tão pop, poderia ter sido uma investida perigosa. Mas, felizmente o álbum foi muito bem recebido e alcançou vendas platinadas e deixou grandes hits e grandes turnês para história. “Give Me All Night”, “Do The Walls Come Down” e o american standard “As Time Goes By” invadiram as rádios e ainda tem grandes execuções nos dias de hoje. Entre vários produtores estão os consagrados Frank Filipetti e o hitmaker Bryan Adams que ainda compôs a bela balada “It Should Have Been Me” . A faixa título e “Itsy Bitsy Spider” fizeram parte da trilha sonora do filme “A Difícil Arte de Amar”, mas realmente fizeram sucesso como parte da trilha da novela “O Outro”.   

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Come Out And Play - Twisted Sister


Álbum - Come Out And Play
Artista - Twisted Sister
Ano - 1985
Em “Come Out And Play”, a fórmula da banda começa a azedar, seu rock circense começa a perder a graça e com um álbum muito inferior ao clássico “Stay Hungry” o futuro da banda começou a estremecer. “Leader Of The Pack”, cover da banda feminina The Shangri-Las, foi seu primeiro single, perfeita para agradar seus fãs. Seu segundo single, “Be Cruel To Your Scuel”, contava com a presença de Alice Cooper e Brian Setzer, e tinha tudo para explodir a banda novamente, porém, a hipocrisia da MTV não permitiu, se recusando a tocar o clipe alegando ser demasiado ofensivo, que papelão em MTV... Entre as outras faixas do trabalho somente “The Fire Still Burns” merece alguma atenção, e se possível tente nunca ouvir as baladas, são realmente tristes. Repetindo a fórmula pela quarta vez? Eles deveriam ter ouvido minha falecida vovó, “Não ponha a colher da boca de volta no doce, vai azedar!”

Close To You - Carpenters


Álbum - Close To You
Artista - Carpenters
Ano - 1970
O duo dos irmãos Carpenters marcou a década de setenta com diversos hits “easy listening”, e dois dos principais singles de sua carreira estão nesse álbum, “(They Long To Be) Close To You” do mestre Burt Bacharach e Hal David e “We’ve Only Just Began” de Roger Nichols e Paul Williams. Essas faixas estão presentes entre as melhores músicas de todos os tempo escolhidas pela revista Rolling Stone. Suas músicas carregam influências do melhor da música americana com muito jazz, folk, e country, e são muito bem arranjadas pelo irmão Richard, que mostra sua alta capacidade técnica usando recursos arrojados e complexos, isso sem falar na bela voz de Karen, que com sua classe impressiona até hoje novos ouvintes. Vale a pena conferir também as belas “Baby It’s You”, “I’ll Never Fall In Love Again” e magnífica “Crescent Noon”. Pra quem conhece a dupla somente por compilações, não sabe o quanto ainda tem por descobrir em belas peças escondidas em seus álbuns.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Burst the Bubble - The Company of Snakes



Album - Burst the Bubble
Artista - The Company of Snakes
Ano - 2002
Formada por 3 ex-Whitesnake - Micky Mood e Bernie Marsden (guitarras) e Neil Murray (baixo), a banda The Company of Snake faz o som que o Whitesnake deixou de lado, a partir do album "Slide it in", com a maior competência. A maior prova é este ótimo disco com material 100% autoral e cheio de hard com pegada de blues. As dobradinhas de guitarras de Moody e Marsden estão mais afiadas do que nunca e a cozinha da banda, com Murray e John Lingwood (bateria) é perfeita. O vocal ficou por conta de Stefan Berggren (com nítida influência de Paul Rodgers) e participação especial de Don Airey nos teclados. O maior destaque do album fica com a fantástica Sacrificial Feelings, a balada What love can do ( totalmente Whitesnake), Labour of love e a faixa título. Depois de ouvir o disco dá vontade de gritar: Coverdale, volte ao passado por favor!!!

Coda - Led Zeppelin



Album - Coda
Artista - Led Zeppelin
Ano - 1982
"Coda" é um disco com sobras de estúdio e shows da maior banda de rock do planeta - Led Zeppelin. E se tratando de Zeppelin, "sobras" não significam coisas ruins ou menos importantes, pelo contrário. A abertura, -We're gonna groove-, é simplesmente uma das maiores porradas da banda com Robert Plant cantando no máximo volume e Jimmy Page destruindo tudo na guitarra. Ben E. King, autor da música, jamais poderia imaginar tanto peso em sua "cria". A acústica Poor Tom ficou de fora do "Led Zeppelin III", mas de tão maravilhosa que é, só pode ter sido excluída por falta de espaço no album. Outra jóia rara é a versão de I can't quit you baby, do primeiro disco do Zepp, que aparece aqui num show de 1970 no Royal Albert Hall. Outros destaques são Walter's Walk e Wearing and Tearing. Desnecessária apenas a faixa -Bonzo's Montreux- com John Bonham, sozinho, atacando sua bateria.

Concerto for Group and Orchestra - Deep Purple





Album - Concerto for Group and Orchestra
Artista - Deep Purple
Ano - 1969
Recém contratados pelo Deep Purple, os novatos Ian Gillan (voz) e Roger Glover (baixo) tiveram essa prova de fogo em pleno The Royal Albert Hall, templo sagrado da música britânica. "Concerto for Group and Orchestra" na verdade é um trabalho de Jon Lord (teclados), que convenceu o resto do Purple a tocar com a The Royal Philharmonic Orchestra, conduzida pelo maestro Malcolm Arnold, e juntar uma banda de rock com a música clássica. O trabalho foi dividido em três movimentos e mostra a banda tocando com um peso absurdo e espantando, literalmente, os músicos da orquestra. Nas primeiras audições, "Concerto for Group and Orchestra" sôa um pouco cansativo, mas depois de algum tempo o som som desce bem redondo nos ouvidos, principalmente quando a banda ataca sozinha e Richie Blackmore detona sua Gibson 335 e Ian Paice faz um dos seus melhores solos de bateria. Logo depois a banda gravou o seu album mais pesado e selvagem - "In Rock", provando que o que eles mais queriam era seguir os mesmos passos do então novato Led Zeppelin e Jimi Hendrix. Ainda bem.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Crimes of Passion - Pat Benatar


Álbum - Crimes of Passion
Artista - Pat Benatar
Ano - 1980
“Crimes of Passion” é o segundo álbum de Pat Benatar e o mais bem sucessido de sua carreira. “Hit Me With Your Best Shot”, o single hit, tem bem a cara do resto das faixas, cheias de guitarras com maravilhosos sons de overdrives e vocais inflamados, que apesar do mundo do rock está infestado de novas vocalistas roqueiras, poucas atuam com a mesma categoria. A minha favorita, “Hell is For Children” não chegou a estourar como faixa de estúdio, mas teve seu reconhecimento em seu álbum ao vivo pouco tempo depois. O trabalho ainda tem as pérolas “I’m Gonna Follow You”, “You Better Run” e o cover da maravilhosa “Wuthering Heights” alguns tons pra baixo. Para quem admira o rock que sai da união apenas de uma banda, sem muitos enfeites de estúdio e com muito bons arranjos trabalhados em horas e horas de ensaio, “Crimes Of Passion” é uma boa indicação.

American Life - Madonna


Álbum - American Life
Artista - Madonna
Ano - 2003
Apesar de seus tantos discursos liberalistas a favor das mulheres, dos jovens, da sexualiade, e principalmente da liberdade de expressão, em “American Life”, Madonna entra em assuntos mais delicados por falar de si mesma, de suas escolhas, sua espiritualidade e seus sonhos. Depois de ter moldado sua carreira no padrão de Hollywood, com muito luxo e muita fama, agora nossa musa posa de Che e mostra seu desapontamento com vários temas do cotidiano capitalista e cristão, e ainda mostra muita maturidade tentando abrir esse tipo de diálogo com seus milhões de amantes. Será que isso daria certo? Será que eu prefiro ela assim? Como encaixar “Nothing Fails” no set list? Depois de “Erotica”, ou antes de “Holiday”? “American Life” deixou Madonna nessa encruzilhada, acho que isso não foi bom pra ela, mas pra mim foi ótimo, esse é um dos seus trabalhos mais simples e intenso, e deixou várias faixas pra sempre em minhas playlists como “Love Profusion”, “Intervention”, “Die Another Day” e “X-static Process”.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Circus - Britney Spears


Álbum - Circus
Artista - Britney Spears
Ano - 2008
“Circus” garantiu pelo menos quatro faixas nos seus futuros greatest hits “Radar”, “Circus”, “Womanizer” e “If U Seek Amy”, e manteve Britney estável na mesma sonoridade de seu álbum anterior. Além disso, trás várias ótimas faixas para alegria dos seus seguidores que curtem seus trabalhos do início ao fim como “Kill The Lights”, “Out From Under”, “Mmm Papi”, “Mannequin” e “Rock Me In” fazendo desse álbum mais uma excelente obra de sua carreira. Apesar do título do trabalho condizer com as notícias que temos de sua vida pessoal, musicalmente Britney se mostra cada vez mais madura indo de vocais românticos e doces até interpretações libidinosas que deixam meninos e meninas de cabeça virada. Britney se tornou uma figura tão importante para a música, que seus cds são como estacas que demarcam pontos na evolução da produção de música, além de que,  suas letras e performances servem como fotografias da juventude de uma época. Quem vai lembrar das outras daqui a alguns anos?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Couldn't Stand The Weather - Stevie Ray Vaughan


Álbum - Couldn’t Stand The Weather
Artista - Stevie Ray Vaughan
Ano - 1984
Muitos guitarristas costumam colocar nome de mulher em suas guitarras e chama-las de meu amor, mas se isso fosse verdade Stevie Ray seria um dos maiores machões da terra, uma espécie de Calígula para as suas Fenderes, porque literalmente o cara segurava as pobrezinhas por trás e mostrava quem é que mandava. Em “Couldn’t Stand The Weather” Stevie mostra ser impiedoso, puxando, apertando, batendo nas cordas e fazendo ela gritar todos os seus lamentos e amores. “Scuttle Buttin’”, faixa de abertura, é um dos riffs mais incríveis do blues, mostrando que blues nunca será um estilo fácil e ultrapassado. A sensual “Cold Shot” sempre fez parte de seu repertório e virou um hino para seus admiradores. “Tin Pan Alley” é uma amostra do que se tem de melhor no blues tradicional, sem truques de gravação, apenas uma guitarra, um baixo e uma bateria que soam como orquestra para os meus ouvidos. Isso sem falar no clássico de Hendrix “Voodoo Chile (Slight Return)” que infelizmente, ninguém será capaz de tocar como ele. É muita moral pra quem estava apenas no segundo álbum.

Cut Both Ways - Gloria Estefan


Álbum - Cuts Both Ways
Artista - Gloria Estefan
Ano - 1989
“Cuts Both Ways” é o primeiro álbum creditado somente a Gloria Estefan sem o nome Miami Sound Machine associado. A combinação do pop contemporâneo com sua origem cubana criou uma nova sonoridade e arrebatou milhões de admiradores em todo mundo. Algumas músicas como, “Here We Are”, “Don’t Wanna Lose You” e “ Get On My Feet” são mega hits e ainda são faixas obrigatórias dos seus shows e de rádios pop do mundo inteiro. Mas, é em “Oye Mi Canto” que Gloria e seu marido surpreendem, deixando ouvintes de boca aberta com seu arranjo extraordinário e inovador, botando para bailar até os mais cínicos com a música que vem de Cuba. Gloria é uma jóia rara, e não pode ser colocada de fora de nenhuma das listas das mais influentes cantoras de sua época.

Cher - Cher


Álbum - Cher
Artista - Cher
Ano - 1987
Cher reaparece para a música depois de cinco anos dedicados principalmente ao cinema. Com a colaboração de Michael Bolton, Desmond Child, Jon Bon Jovi, Richie Sambora e Diane Warren, Cher reluz novamente e conquista espaço no cenário do hard rock dos anos 80. “I Found Someone”, “We All Sleep Alone” e “Main Man”, são os grandes destaques do trabalho, fazendo parte de um “lado A” brilhante. Porém, o álbum não segue no mesmo padrão e a segunda parte do álbum não tem a mesma força e me impede de dizer que se trata clássico. Nessa nova metamorfose, Cher deixou ótimas performances com seu casaco de couro, seus cabelos enrolados e sua bunda praticamente de fora, que junto de guitarras distorcidas e melodias empolgantes mostrou ao mundo que o que ela se propor a fazer, o fará magnificamente bem.    

Colour of My Love, The - Céline Dion


Álbum - The Colour Of My Love
Artista - Céline Dion
Ano - 1993
Mais um ano, e mais um Grammy e muito outros prêmios, também com David Foster e Walter Afanasieff e, principalmente, Céline Dion as chances ficam grandes. “The Colour Of My Love” é uma continuação do trabalho feito no álbum anterior, sem muitas mudanças, e por isso foi um grande sucesso. É uma pena que para nós brasileiros a música “The Power Of Love” não tem mais como engolir, graças a “deusa” Rosana. Mesmo assim, o que não falta são músicas para se apaixonar como, “Only One Road”, “Next Plane Out”, “The Colour Of My Love” e a incrível versão do clássico “When I Fall In Love”. O álbum ainda conta com diversas faixas dançantes com muita elegância na produção e na interpretação como, “Misled”, “Everybody’s Talkin’ My Baby Down” e “Refuse To Dance”. Céline mostra que sua chance no mainstream do mundo pop estava bem firme em suas mãos e que seu nome agora estava estabilizado entre as melhores profissionais do mundo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Clear Air Turbulence - Ian Gillan Band



Album - Clear Air Turbulence
Artista - Ian Gillan Band
Ano - 1977
"Clear Air Turbulence" é o segundo e melhor disco dessa banda liderada pelo eterno front- man do Deep Purple. Aqui o jazz-rock e fusion dão sequência ao primeiro trabalho da banda, o disco "Child in Time", só que com muito mais força, graças a chegada do ótimo tecladista Collin Towns (que entrou no lugar de Mike Moran) a coisa engrenou de vez e o resultado é surpreendente. Apenas 6 músicas (assinadas pelos 5 músicos) e todas bem legais e totalmente diferentes do som que Gillan fazia no Purple. A faixa de abertura é puro fusion e a voz de Gillan ficou mais que perfeita nesse estilo. A balada Five moons é de arrepiar e conta com backing vocals do baixista John Gustafson assim como na viajante Goodhand Liza. O peso chega na primeira parte da terceira faixa - Money Lender com Gillan arregaçando nos vocais, assim como em Over the hill. Alguns fãs tradicionais não gostaram. Eu adorei e recomendo sem medo.

Chaos and Creation in the Backyard - Paul McCartney



Album - Chaos and Creation in the Backyard
Artista - Paul McCartney
Ano - 2005
Sir Paul McCartney, mais uma vez, impressiona os ouvintes positivamente com "Chaos and Creation in the Backyard". Trabalhando praticamente sozinho (leia-se -tocando todos os instrumentos) e deixando a produção nas mãos de Nigel Codirich (produtor do queridinho "OK Computer" do Radiohead), o disco tem tudo aquilo que queremos e esperamos do ex-Beatle: baladas no maior capricho, rock e pop com melodias simples (sem ser piegas em nenhum momento) e geniais ao mesmo tempo e que (ainda bem) não saem da cabeça. Músicas como Fine Line; English Tea e This never happened before poderiam figurar em qualquer disco dos Beatles a partir de "Revolver". Destaque total para a fantástica Riding to Vanity Fair. Melhor lançamento de 2005.
*Existe uma edição especial com dvd extra mostrando o processo de gravação do disco. É mais caro que a versão simples? Claro que sim, mas vale o investimento.

Close As You Get - Gary Moore




Album - Close As You Get
Artista - Gary Moore
Ano - 2007
Quando o genial guitarrista Gary Moore resolveu cair de corpo e alma no blues, a partir do seu album "Still Got the Blues", os críticos mais severos encrencaram com ele, dizendo que os seus blues não eram puros e outras babaquices do gênero. Em Close as you get, Gary Moore calou a boca desses patetas que tiveram que torcer o braço por esse magnífico trabalho. Misturando ótimas canções próprias como a faixa de abertura -If the devil made whisky (tema mais blues, impossível), Hard times, a maravilhosa Nowhere fast e o blues lentíssimo e fantástico- I had a dream com regravações como a inusitada Thirty days (de Chuck Berry, e que caiu como uma luva na voz de Moore) , Have you head, de John Mayall e Sundown de Son House, este um blues acústico com Moore atacando de dobro e slide como nunca tinha feito antes. No resto, a velha competência na voz e principalmente nas 6 cordas. Os Deuses do Mississipi agradecem.

Captain Fantastic and Brown Dirt Cowboy - Elton John



Album - Captain Fantastic and Brown Dirt Cowboy
Artista - Elton John
Ano - 1975
Se você veio de outro planeta e nunca ouviu falar em Elton John, pegue a sua nave e entre na primeira loja de cds para comprar esta obra-prima. Melhor trabalho de Elton John junto com seu estraordinário letrista - Bernie Taupin, Captain Fantastic and Brown Dirt Cowboy é um trabalho ímpar na história da música pop mundial. Recheados de belos rocks e baladas do mais alto padrão de qualidade, o disco é uma obra conceitual e conta as aventuras de Elton (Captain Fantastic) e Bernie ( Dirty Cowboy). A faixa título começa os trabalhos num belíssimo tema country onde se destaca o excelente guitarrista Dave Johnstone, seguida por outra maravilha chamada - Tower of Babel. Dois hits instantâneos e obrigatórios nos shows de Elton John estão nesse trabalho: "Someone saved my life tonight" (considerada uma das melhores músicas de Elton John segundo ele mesmo) e We all fall in love sometimes". De chorar! Embora faça parte do mesmo trabalho, a famosa Philadelphia Freedom foi lançada na época como single e explodiu nas paradas européias , americanas e até brasileiras ( bons tempos), mas foi incorporada no cd de aniversário de 35 anos de lançamento do disco. Além dela, um cd extra com um show de 1975 com todas as faixas de Captain Fantastic and Brown Dirt Cowboy na mesma ordem do disco original. Simplesmente obrigatório.

Come an' Get it - Whitesnake



Album - Come an' Get it
Artista - Whitesnake
Ano - 1981
"Come an' Get it" é mais um petardo de hard e blues do Whitesnake com sua formação clássica. Produzido com mestria por Martin Birch, a banda está mais no alto do que pipa em dia de ventania. O chefe David Coverdale conduz a" Cobra Branca" em músicas que viraram hinos como Don't break my heart again", "Lonely days, lonely night" e a maravilhosa faixa título. Destaques também para a porrada em Child of Babylon; Hot Stuff (com sua letra cheia de sexo saindo pelo ladrão) ; Wine, woman and song, Would i lie to you, Girl e o maior destaque do disco - Hit and run ( com ótima dobradinha dos guitarristas Bernie Marsden no talk-box e Micky Mood no slide guitar). O disco fecha com uma das melhores canções da banda Till the day i die. Completam o time, além de Coverdale, Mood e Marsden; Ian Paice na bateria; Jon Lord nos teclados e Neil Murray no baixo. Artigo finíssimo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Cats - Andrew Lloyd Webber


Álbum - Cats
Artista - Andrew Lloyd Webber
Ano - 1981
O já consagrado Lloyd Webber de “Evita” e “Jesus Christ Superstar” acerta em cheio novamente, mesmo sem seu parceiro Tim Rice e sem uma temática séria ou bíblica, “Cats” é um dos maiores fenômenos do teatro musical de todos os tempos. “Memory” ficará marcada como uma das principais canções do século XX, junto a interpretação triunfante da diva Elaine Paige. Os poemas de T.S. Eliot ficarão eternizados com as melodias inconfundíveis do gênio dos musicais da Broadway. “Macavity”, “Grizabella”, “Mr. Mistoffelees”, “The Rum Tum Tugger” e “Old Deuteronomy”, “The Jellicle Ball”   se destacam entre tantos temas muito bem orquestrados, ensaiados e gravados, que junto a uma performance fantástica com figurinos, coreografias e grandes artistas já forneciam a imagem do que seria o futuro do teatro musical e até mesmo do circo do futuro.

Crazy Crazy Nights - Kiss


Álbum - Crazy Crazy Nights
Artista - Kiss
Ano - 1987
Repetindo a dose dos dois últimos álbuns, o Kiss se mantém muito mais para Stanley do que para Simmons, e caminha cada vez mais para o pop rock. O hit “Reason To Live”, uma parceria com Desmond Child, cheia de teclados, é um tipo de música que um fã da banda dos anos setenta jamais imaginaria. Mas como sempre, Paul Stanley dá um show como vocal e vai ao limite nas faixas “My Way”, “Turn On The Night” e na faixa título. Um detalhe importante é a participação de Kulick e Carr nas composições, em “No, No, No” Kulick faz a introdução parecer um tributo a “Hot For Teacher” do Van Halen. Apesar das vendas milionárias e das enormes turnês, as faixas desse álbum não foram mais tocadas ao vivo após a morte de Eric Carr.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Caress of Steel - Rush



Album - Caress of Steel
Artista - Rush
Ano - 1975
Terceiro disco da banda canadense, "Caress of Steel" foi um retumbante fracasso de crítica e venda, fazendo com que diretores da gravadora Mercury dessem um ultimato para o grupo produzir um rock mais radofiônico para o próximo album, que viria a ser o platinado e ótimo "2112". O pessoal da gravadora (e críticos da época) tinham lá suas razões para falarem mal deste trabalho. Afinal de contas, ninguém faz e grava uma música chamada "I Think i'm going' bald" , com uma letra tão pavorosa e fica impune. Nem a cantora Ana Carolina seria capaz de "cometer" tal absurdo. Mas existem coisas muito legais em "Caress..." como a porrada de abertura - "Bastille Day"e "Lakeside Park", carregada de nostalgia. A segunda parte do disco (lado b ou 2 do vinil), mostra a banda em longos temas , The Necromancer e The Fountain of Lamneth, "engatinhando" e evoluindo para o que seria o próximo album e definitivamente moldando o som do Rush: hard rock e progressive.

Come Hell or High Water - Deep Purple



Album - Come Hell or High Water
Artista - Deep Purple
Ano - 1993
Últimos shows do guitarrista Richie Blackmore na banda, "Come Hell or High Water" é o registro fiel da infantilidade e maluquice desse gênio indomável das 6 cordas. O clima entre ele e o resto da banda era tão ruim e pesado, que em muitos momentos ele abandonava o palco e deixava todos na mão. Até na abertura do show, com Highway Star, a banda toca sozinha até a hora do solo de guitarra. Por outro lado, é ótimo ouvir o Purple tocando músicas que raramente toca em seus shows como Anyone's Daugher (do "Fireball), Twist in the Tail e Anya (essas do até então recém-lançado "The Battles Rages on"). Com muitas datas já agendadas, a banda contou com a participação, mais que especial, de Joe Satriani e depois, em definitivo por Stevie Morse no lugar de Blackmore. Apesar do disco ser "meia-boca", para os padrões do Purple, vale a pena dar uma conferida no dvd do mesmo show para apreciar o resto da banda dando tudo de si para cobrir os desaparecimentos de Blackmore do palco

Classics Live! e Classics Live! II - Aerosmith

Álbum - Classics Live! e Classics Live! II
Artista - Aerosmith
Ano - 1986 e 1987
“Classics Live!” é nitidamente um álbum para encerrar o contrato com a Columbia Records. Muito mal gravado para o padrão da época, seria muito melhor se fosse lançado como um “bootleg” ou passar por um pente fino dentro do estúdio. As faixas foram gravadas entre 78 e 86, e podem ser legal como recordação de momentos sublimes para quem estava presente e bêbado. Porém, não costumo ouvir música bêbado em casa, e, os erros das performances me impressionam e fico surpreso de não incomodar os autores da façanha (imagina as faixas que não entraram). Agora, o repertório é o melhor possível, e com certeza, são as músicas que eu mais gosto da carreira da banda, é realmente uma sequência de clássicos com “Dream On”, “Sweet Emotion”, “Mama Kin”, “Walk This Way” e outras que qualquer amante da banda gosta. Mas nunca serão as melhores versões.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Coverdale Page - Coverdale Page



Album - Coverdale . Page
Artista - Coverdale & Page
Ano - 1993
Esse disco tinha tudo para se tornar um clássico absoluto do hard-rock. Afinal de contas não é todo dia que duas lendas da música pesada inglesa se encontram para gravar um disco e sair em turnê pelo mundo. David Coverdale, vocalista do Whitesnake e Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin gravaram um disco com ótimo peso, blues robustos, gravação e produção impecável e uma banda de apoio super competente. O grande problema é que David Coverdale, em muitos momentos do disco, resolveu abandonar aquele vozeirão que usava nos tempos de Deep Purple e no próprio Whitesnake até o disco "Slide it In", e pensou que era Robert Plant, uma pena, pois as músicas ficariam bem melhores na sua "antiga" voz. A primeira música do disco, "Shake my tree", e "Pride and Joy" não me deixam mentir. Mas quando Coverdale resolve ser Coverdale a coisa funciona e o disco tem momentos de magia pura como em "Waiting on you", "Don't leave me this way", "Easy does it" e "Absolution Blues". Já Jimmy Page, gravou suas melhores guitarras e violões desde que parou com o Zeppelin. Timbres incríveis como só ele sabe produzir. Merecia um 2º disco. 

Creatures Of The Night - Kiss


Álbum - Creatures of The Night
Artista - Kiss
Ano - 1982
Depois do fracasso de “Music From The Elder”, o jeito foi juntar o trapos, sem “viajar” muito, para tentar se impor de novo como uma verdadeira banda de rock. Infelizmente algumas feridas não curaram como a indisposição de Ace com o resto da banda, e pior, o seu alto grau de alcoolismo o tirou definitivamente do álbum. O som feroz da bateria de Eric Carr junto da participação de Vinnie Vincent acrescentou um novo peso a banda e, músicas como “Creatures of The Night”, “War Machine” e “I Love It Loud” fazem parte da imagem de que o Kiss deixou no Brasil, de que era uma banda de heavy metal. O álbum ainda conta com a participação do ilustre guitarrista Robben Ford em “Rock And Roll Hell” e “I Still Love You”, Bob Kulick em “Danger” e Steve Farris na faixa tema. Outro detalhe importante é que esse álbum foi o último pela gravadora Casablanca e foi dedicado ao seu fundador Neil Bogart que faleceu durante as sessões. Pra uma banda que vinha tropeçando nas próprias pernas “Creatures of The Night” trás Paul Stanley cantando muito, Gene Simmons super envolvido e ótimas composições, um verdadeiro clássico.

Captured Live! - Johnny Winter



Album - Captured Live!
Artista - Johnny Winter
Ano - 1976
Quando eu tinha uns 14 ou 15anos eu ficava ouvindo "Captured Live!" em vinil e ficava sonhando: "eu tinha que estar nesse show..." Com quase 50 anos na cara meus sonhos mudaram. Agora eu quero ter uma máquina do tempo e voltar até 76 para assistir o mesmo show que eu sonhava quando era guri. O que dizer desse albino, guitarrista genial; dono de uma técnica divina no slide guitar e voz diferenciada de todas do rock e do blues? Acompanhado de Floyd Radford (guitarra), Randy Jo Hobbs (baixo) e Richard Hughes (bateria); Mr Winter começa os trabalhos com a clássica "Bony Moronie", seguida de "Roll with me" deixando a galera enlouquecida. O peso toma conta com "Rock and Roll people" de John Lennon e a dobradinha de guitarra entre Winter e Radford funciona que é uma beleza em "It's over now". Johnny Winter presta homenagem á Bob Dylan em "Highway 61 revisited" ( Dylan adorou essa versão) e fecha com a obrigatória "Sweet Papa John". Rock de verdade e sem frescura é o que encontramos em "Captured Live!" Prá ouvir e sonhar sem medo de ser feliz...

Cuts To The Chase - Richie Havens



Album - Cuts To The Chase
Artista - Richie Havens
Ano - 1994
Richie Havens vem fazendo música da mais alta qualidade desde os anos 60. Atingiu sua popularidade mundial com o mega festival (e filme) Woodstock onde encantou com sua voz e seu jeito único de tocar violão, e continuou lançando sua obra elogiada por críticos, seja nos anos 70, 80 e 90 como é o caso deste trabalho de 94. Como de costume, Richie Havens faz suas releituras de músicas famosas e dá um toque muito pessoal dando a impressão que a música foi composta por ele mesmo. É o caso de "They dance alone" ( com participação de Chuck Mangione), original do disco "Nothing but the sun" de Sting e "Old Love" do disco "Journeyman" de Eric Clapton. E o que parecia impossível aconteceu e essas 2 músicas ficaram ainda melhores que as originais. Outra jóia recriada é "The Hawk" de Kris Kristofferson) e "The times they are a-changin' " de Bob Dylan. A produção ficou por conta do próprio Havens e por obra do destino ou intervenção divina, "Cut to the chase" saiu no Brasil, aproveitem.

Come Taste the Band - Deep Purple



Album - Come Taste the Band
Artista - Deep Purple
Ano - 1975
Quando o guitarrista Richie Blackmore decidiu sair do Purple, o mundo inteiro pensou que seria o fim da banda, exceto o vocalista David Coverdale que ouviu um jovem guitarrista americano chamado Tommy Bolin (arrasando no disco "Spectrum" do baterista de jazz-rock Billy Cobham) e pediu para o resto da banda fazer um teste com ele. O resultado não poderia ter sido melhor: 10 petardos de hard e funk na maior pressão do mundo! Na época do seu lançamento, CTTB não agradou os fãs xiitas, que não aceitavam a pitada funk nas músicas, mas como o tempo é o senhor da razão e passados mais de 30 anos do seu lançamento, o disco é considerado um clássico do Purple. E não era prá menos, pois Bolin era um guitarrista super moderno e talentoso e todos do grupo estavam empolgados com o recém-chegado guitarrista. A prova disso é que das 10 músicas do álbum ele tem participação na composição em 8. Nem vou destacar nenhuma música pois todas são clássicas e maravilhosas. Saiu uma nova edição de aniversário e a compra vale cada centavo. O disco foi remixado por Kevin Shirley e o som está inacreditável de tão bom. Compre hoje!!!

Acústico MTV - Lenine



Album - Acústico MTV
Artista - Lenine
Ano - 2006
Lenine é o artista brasileiro que melhor passeia entre a tradicional música brasileira, baião e o rock. E é em cima de um palco que essa mistura fica ainda mais evidente e mesmo no formato acústico a pressão é bem forte. Intercalando grandes hits que figuraram nas trilhas de novelas globais como "Hoje eu quero sair só", "Paciência" e "A medida da paixão" e outras maravilhas como a faixa de abertura "O atirador", "Jack que sou brasileiro", " A rede" ( com ótima dobradinha com o público), "Dois olhos negros" ( com participação do baterista Igor Cavalera) entre outras. Um dos grandes segredos do som de Lenine é seu guitarrista, e também produtor, Jr Tostoi (aqui atacando de craviolas de 12 e 6 cordas e violões) que sem fazer muito alarde vai se destacando na cena musical brasileira. De todos os acústicos que foram lançados pela MTV brasileira, este de Lenine está entre os melhores tranquilamente.

Céline Dion - Céline Dion


Álbum - Céline Dion
Artista - Céline Dion
Ano - 1992
“Céline Dion” é a obra prima da dessa maravilhosa cantora canadense. Vencedor de 2 Grammys, 1 Academy Award e 1 Golden Globe, esse álbum coloca Céline entre as principais cantoras da história da música do sec XX. Apesar de ser seu segundo álbum cantado em inglês, a faixa de  sucesso “Beauty And The Beast”, em dueto com Peabo Bryson, foi a mola propulsora para que milhões de pessoas se encantassem com sua voz. Junto ao sensacional produtor Walter Afanasieff, Céline impressiona com suas virtudes vocais e faz o álbum fluir sem dar vontade de pular nenhuma faixa. “If You Could See Me Now”, “I Love You Goodbye”, “Water From The Moon” e “With This Tear”, essa última composta pelo mestre Prince, são baladas que misturam muito bem a capacidade técnica dos músicos e da produção com a emoção da música pura e totalmente passional. 

Bossa Duets - Joyce


Álbum - Bossa Duets
Artista - Joyce
Ano - 2003
Muito bem gravado, cheio de requesitos fundamentais de um álbum de bossa nova, e com diversos convidados de primeira linha, Joyce se mantém como uma das grandes representantes da música carioca para o mundo. Johnny Alf, Toninho Horta, João Donato e Wanda Sá são alguns dos nomes que dividem as faixas com a cantora. “Lugar Comum” e “O Sapo” com João Donato, são faixas de uma bossa “easy listening” que facilmente se destacam para os ouvintes mais descontraídos, já “Yarabela” e “London Samba”, com Toninho Horta, já saciam o ouvinte sofisticado do estilo. Pra mim, que cresci no berço do rock, e sempre ouvi críticas do tipo, todo rock é igual, fico pensando se essa crítica não serve também para bossa nova, que se repete com seus “Iaias e Ioios” e seus constantes incidentais de “Águas de Março” que sempre cabe nas harmonias das músicas. Por quê?

Animal - Ke$ha


Álbum - Animal
Artista  - Ke$ha
Ano - 2010
Uma jovem bonita, que dança, com o linguajar e a postura depravadas, e com a temática totalmente juvenil, Ke$ha é a personificação do que as grandes gravadoras procuram, e, com um sucesso indiscutível de milhões de execuções entra nas boites, nas tvs, nas casas, ou seja, onde quer que eu esteja. “Animal” revive sons de 8 bits parecendo que alguém está jogando jogos da Atari enquanto as músicas tocam. Mas isso não desmerece a produção, mostra um produtor muito ligado nas tendências “retrôs” dos anos 80, relembrando grandes ícones importantes da época como a esquecida alemã Nena e a sexy Samantha Fox. “Tik Tok”, “Your Love is My Drug” e “Blah Blah Blah” ficarão definitivamente lembradas como a trilha de 2010, mas ainda restam algumas pérolas no mesmo estilo como “Backstabber” e “Kiss N Tell”, ou, para os menos conservadores “Dinosaur” e “Mr. Watson” podem ser encaradas como excelentes relatos ou críticas da juventude do século XXI.